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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

antes de parfit


"An android," he said, "doesn't care what happens to any other android. That's one of the indications we look for."
"Then," Miss Luft said, "you must be an android."
That stopped him; he stared at her.
"Because," she continued, "Your job is to kill them, isn't it? You're what they call - "She tried to remember.
"A bounty hunter," Rick said. "But I'm not an adroid."
"This test you want to give me." Her voice, now, had begun to return. "Have you taken it?"
"Yes." He nodded. "A long, long time ago; when I first started with the department."
"Maybe that's a false memory. Don't androids sometimes go around with false memories?"
Rick said, "My superiors know about the test. It's mandatory."
"Maybe there was once a human who looked like you, and somewhere along the line you killed him and took his place. And your superiors don't know." She smiled. As if inviting him to agree.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

copiar memórias

We do not quasi-remember other people's past experiences. But we might begin to do so. The causes of long-term memories are memory-traces. It was once thought that these might be localized, involving changes in only a few brain cells. It is now more probable that a particular memory-trace involves changes in a larger number of cells. Suppose that, even if this is true, neuro-surgeons develop ways to create in one brain a copy of a memory-trace in another brain. This might enable us to quasi-remember other people's past experiences.
Derek Parfit
Reasons and Persons (1984)

domingo, 12 de outubro de 2008

quase-memórias

Outra crítica importante à perspectiva da memória, esta concebida por Joseph Butler (1692-1752), corre assim: as atribuições de memória (e.g., Maria recorda-se de ter estado na festa) pressupõem a identidade pessoal (Maria é a pessoa que esteve na festa), o que significa que não podemos usar a memória como critério para determinar a identidade.

A solução é substituir o conceito de memória pelo de quase-memória, que não envolve o pressuposto indicado: pode ser impossível uma pessoa recordar-se de algo que não lhe tenha ocorrido, mas qualquer um poderá quase-recordar-se de algo que sucedeu a outra pessoa. O conceito de quase-memória é um dos variadíssimos insights de Derek Parfit que fizeram de Reasons and Persons uma obra-prima absoluta, na medida em que a filosofia admite tal coisa.

Tenho uma quase-memória de uma experiência, diz Parfit, se
  1. Pareço recordar-me de ter tido a experiência;
  2. Alguém teve essa experiência;
  3. A minha memória aparente depende causalmente, de uma forma apropriada, dessa experiência.
As memórias comuns, portanto, incluem-se entre as quase-memórias, pois satisfazem as três condições. Mas um dia poderão existir quase-memórias que não são memórias.